sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Coisas Antigas

  Desde pequena eu sempre gostei bastante de coisas antigas, não somente a coisa em si, mas o que vem com ela. Quantas historias cabem dentro de uma casa que vive trocando de dono? Quanto já guardou uma caixinha antiga, onde alguém guardava seus segredos? Ou quem sabe um diário perdido? E aquela arvore que um dia uma senhora, quando era criança, viu alguém plantando? O quanto ela já viu?
 Um dia alguém criou alguma coisa, uma boneca, uma pulseira, uma caixinha, qualquer coisa, e então alguém a teve, e se isso foi importante para esse alguém então guardou um pouco da sua história. Em quantas mãos um único objeto já passou? Alguns tem o nome de quem o criou, alguns são esquecidos até acharem um dono, que guarde um pouco da sua história nele.
 E aquela velhinha, que guardou a boneca dos seus treze anos, e volta a ter essa idade toda a noite, quando olha a boneca. Ou o senhor que guardou o relógio do filho, que mora longe, mantendo ele perto. Ou quem sabe aquele anel de compromisso, que sabe de quem era, mas que ficou guardado, escupido em uma rua de cimento... Um dia alguém o derrubou.
 Coisas antigas guardam momentos, pessoas, histórias, tantas coisas... E todo mundo tem o seu, um caderninho de anotações, um anel, uma pulseira, um brinco... Até mesmo a casa onde mora, todo mundo tem um objeto, por mais que nem sempre perceba. Todos se vão um dia, mas os objetos permanecem um pouco mais, guardando histórias, guardando alguém que não existe mais; talvez até outro alguém o encontra-ló, e ele ter que guardar mais algumas coisinhas.

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